"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos."

- Charles Chaplin

19 de maio de 2014

Crítica | Capitão América 2 - O Soldado Invernal


Depois de um primeiro filme interessante e até relevante, o bandeiroso da Marvel ganha uma aventura cheia de suspense, intrigas e conspirações em seu segundo filme.



Sinopse: Dois anos após os acontecimentos em Nova York (Os Vingadores - The Avengers), Steve Rogers (Chris Evans) continua seu dedicado trabalho com a agência S.H.I.E.L.D. e também segue tentando se acostumar com o fato de que foi descongelado e acordou décadas depois de seu tempo. Em parceria com Natasha Romanoff (Scarlett Johansson), também conhecida como Viúva Negra, ele é obrigado a enfrentar um poderoso e misterioso inimigo chamado Soldado Invernal, que visita Washington e abala o dia a dia da S.H.I.E.L.D., ainda liderada por Nick Fury (Samuel L. Jackson).

Capitão América 2 é sem dúvidas, um dos melhores filmes da Marvel Studios, senão o melhor até agora. Depois de uma série de filmes que, na tentativa de se atingir a um público mais amplo, seguiam com tramas um pouco rasas e um humor desnecessário, a segunda aventura do bandeiroso é muito visceral. Para cada um dos tiros alienígenas que não feriam ou soco na boca sem sangue, uma pessoa é cruelmente assassinada pelo Soldado Invernal no filme.

A trama é um ponto fortíssimo. Um roteiro que bebe bastante da saga do Soldado Invernal das HQs, e com uma profundidade e peso até então jamais vistos nos filmes da Marvel. Todos os acontecimentos são minuciosamente amarrados e a trama é surpreendente e pé-no-chão. Sem uma necessidade de imposição de verossimilhança, já que está situado num universo fantasioso, o filme toma total liberdade para ser intenso. E cumpre muito bem seu trabalho.

As atuações também são um show à parte. Todos que apareceram anteriormente estão ainda mais à vontade em seus papéis, e os que são introduzidos no filme ganham bem seu espaço. Destaque para Antony Mackie, impecável como Falcão, e Robert Redford, competente como sempre. Chris Evans é mais Steve Rogers do que nunca no novo filme, enquanto Samuel L. Jackson e Scarlett Johansson não podiam ter desempenhos melhores em seus papéis. Tudo funciona numa sintonia impecável.

Sebastian Stan corresponde ao que o roteiro pede do seu Soldado Invernal. Silencioso e mortal, o assassino parece ter pulado das HQs para as telas. Toby Jones também tem uma ponta sensacional como Arnami Zola e Hayley Atwell ganhou uma cena emocionante para sua Peggy Carter.

A ação é não só uma das melhores da Marvel Studios até hoje, mas do cinema atual. As cenas são impecavelmente coreografadas e poderosas. A cena de luta entre Batroc e o Capitão é intensa e eletrizante, e as outras lutas são igualmente competentes. Os efeitos são incríveis também. As cenas do Falcão são de tirar o fôlego, enquanto a batalha nos céus do clímax é de cair o queixo, mesmo não sendo tão inovadora.


Um erro do filme está justamente na história. Ela demora para decolar, e quando decola, tenta atingir o ápice rápido demais. O desenrolar da trama acaba se perdendo nisso, com toda a trama da conspiração se desenvolvendo um tanto rápido e o final atingindo um ar superficial. Mas nada que ofusque o resultado final.


Capitão América 2 - O Soldado Invernal nos dá a esperança de um futuro ainda melhor para os filmes de super-heróis, que já estão tendo um ótimo presente. Filmes que se levam a sério e atingem um ótimo resultado. Talvez filmes como esse não ganhem o grande público, o que é uma pena, mas com certeza ganham o coração dos fãs que aprenderam a admirar a essência e a trajetória dos personagens de HQs. Obrigado, Marvel.


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