"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos."

- Charles Chaplin

30 de abril de 2014

Crítica | A Última Caçada de Kraven


Em sua coleção de histórias clássicas da Marvel, a Salvat tem relançado em um belo formato grandes histórias dos personagens da editora. Mas uma, em especial, marcou um dos mais adorados heróis das HQs. O maior desafio do Homem-Aranha, a história A Última Caçada de Kraven.


Sinopse: J. M. DeMATTEIS, MIKE ZECK e BOB McLEOD, autores consagrados da indústria de quadrinhos, concebem a aventura definitiva de espetacular Homem-Aranha. Um conto sombrio e amedrontador, onde a morte do herói aracnídeo é apenas o início de uma trama surpreendentemente real.

Última Caçada é uma das melhoras histórias do Homem-Aranha, e na opinião de muitos, a melhor. Um vilão ridicularizado por muitos, Kraven o Caçador, que tem um visual excêntrico e sempre foi derrotado facilmente pelo herói, ganho status de vilão grandioso nesse arco.

Ao invés do "caçador que quer o Homem-Aranha como sua grande caça", Kraven tem uma roupagem muito mais respeitosa e ameaçadora neste arco. O vilão não quer mais simplesmente derrotar o Homem-Aranha, mas destruir tudo que ele representa. Kraven vê na entidade da Aranha algo que destruiu sua família e consome o mundo, e se coloca como um salvador para destruir essa entidade. O Homem-Aranha, agora mais do que um rival, é uma grande ameaça na visão do Caçador.

E é incrível o desdobramento da história. Como Kraven, tendo enterrado o herói vivo e tentando destruir sua reputação vestindo-se como Aranha, vai descobrindo aos poucos que seu maior inimigo não é uma grande entidade habitando um homem, e sim um homem comum. Essa conclusão, muito utilizada por autores do Aracnídeo, é o que o diferencia muito de personagens como o Batman, que usam a identidade secreta com um disfarce. O Homem-Aranha é e sempre foi Peter Parker, e nunca se esquece disso.

Kraven, mais do que um vilão, aqui é uma força da natureza. Um contrabalanço da existência do Homem-Aranha que se faz necessário. Até a presença do vilão esquecível Rattus aqui ganha um peso, quando este é manipulado por Kraven. Kraven é inteligente, sagaz, forte. Uma ameaça em todos os sentidos a Peter e à sua vida. Tudo na história se amarra numa grande teia de eventos até chegar no derradeiro final. Final esse que mesmo sofrendo alterações no decorrer dos anos por reboots e histórias de clone, ainda é um dos finais mais épicos e bem escritos da história das HQs.


A Última Caçada de Kraven tem seus furos e equívocos. Mas eles, nem de longe, tiram a luz de um dos maiores arcos da trajetória do Amigão da Vizinhança. Uma história que marcou a existência do Homem-Aranha e transformou um personagem muitas vezes desacreditado em um dos maiores vilões das histórias em quadrinhos.


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